terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O curioso lago que brilha no escuro

Não é nenhum derramamento de produtos radioativos e este não é o lago de Springfield! Trata-se de um fenômeno totalmente natural, mas que só pode ser visto na completa escuridão. Para fazer estas fotos abaixo, Phil Hart, um fotógrafo de 34 anos deixou sua camera em modo slow shutter, e registrou as imagens com a ajuda de um tripé.



As fotos foram tiradas no lago Gippsland, em Victória, Austrália. O fenômeno que fez a água brilhar deste jeito é causado pela bioluminescência produzida por uma alga chamada Noctiluca Scintillans que estava se reproduzindo em uma gigantesca concentração.


Phil faz parte de uma organização que controla a canoagem neste lago há 50 anos e nunca ninguém jamais tinha visto uma bioluminescência tão forte.


Embora o resultado visual seja espetacular, a grande concentração dessas algas sugere que o lago está sendo gradualmente poluído com dejetos urbanos, e material orgânico, que serve de alimento e faz aumentar a concentração de algas. Segundo Phil, embora a bioluminescência das algas seja possível de ver a olho nu durante a noite, só é possível notar seu fantasmagórico brilho azulado nas fotografias de longa exposição.

Na natureza existem outros organismos que geram biolumnescência. Os mais famosos são os peixes abissais, que usam suas luzes químicas para atrair alimento em plena escuridão do mar. Mas existem outros.

Curiosamente, os cientistas não sabem explicar o motivo pelo qual algumas formas de vida bioluminescentes brilham. Por exemplo, várias espécies de minhoca criam uma secreção luminescente sem nenhum propósito evidente. Outra coisa curiosa sobre a bioluminescência é que não se sabe ao certo porque algumas espécies de cogumelos brilham. Especula-se que talvez seja para atrair insetos, que acabam espalhando as sementes dos cogumelos. Sabe-se por exemplo, que os vaga-lumes usam seu brilho para encontrar seus pares na escuridão, mas certos animais misteriosamente acendem quando os animais próximos começam a brilhar, e nem sempre existe uma razão clara para esse comportamento.

Um exemplo disso está no oceano. Os dinoflagelados, espécies de plâncton unicelular, são famosos por brilhar com uma aparência mística quando são incomodados. O problema é que qualquer porcaria incomoda esses carinhas. Marés, tempestades, animais de vida marinha e inclusive os navios que passam podem fazer com que grandes quantidades de plâncton produzam luz simultaneamente. Os dinoflagelados são responsáveis pelo fenômeno conhecido como mar luminoso, que faz o oceano brilhar. Em alguns casos, esse brilho é tão intenso que interfere na navegação marítima. Saca só que maneiro:



Certa vez eu li que um piloto de jato teve uma pane elétrica e não conseguia nenhuma informação no painel do avião. Com reduzido combustível, ele não tinha muito tempo para procurar o porta-aviões. Desesperado, ele olhou pela escuridão do mar em busca de algum sinal. Mas tudo que viu foi um rastro luminoso. O cara seguiu o rastro e escapou da morte usando como referência de posição a bioluminescência do plâncton no mar. O porta-aviões atravessava uma área gigantesca desses animais e seu rastro ficou marcado no oceano, para a sorte do piloto.
Mas como este tipo de reação ocorre?

Em geral, a bioluminescência envolve a combinação de dois tipos de substâncias em uma reação que produz luz. Uma é a luciferina, ou a substância que produz a luz. A outra é a luciferase, ou a enzima que cataliza a reação. Em alguns casos, a luciferina é uma proteína conhecida como fotoproteína, e o processo de produção de luz requer um íon carregado para ativar a reação. Ativadores neurológicos, mecânicos, químicos ou os ainda não detectados podem iniciar as reações que criam a luz. Embora o nome possa sugerir, não se trata de uma combinação química dos infernos.

Os termos luciferina e luciferase originam-se do latim lúcifer, que significa “que traz luz”. Eles são termos genéricos, e não nomes de substâncias químicas específicas. Muitas substâncias diferentes podem agir como luciferinas e luciferases, dependendo das espécies da forma de vida bioluminescente.

Ver esta reação de perto é uma coisa muito legal, que só é novidade para as pessoas da minha geração para trás. Isso porque no final dos anos 80 surgiram os bastões luminosos, chamados de GLOW STICK e com eles, veio esse monte de coisinha, pulseirinha, cordãozinho, tubinho e bagulhos diversos que vemos em aniversários, casamentos, raves e etc.Embora a primeira patente desse treco seja de uso militar, de 1965, nos anos 80 o seu uso ainda estava restrito a decoração de halloween e camping.


Eu lembro que a primeira vez que vi este troço fiquei absolutamente maravilhado. Por falta de nome melhor, eu chamava isso de “sangue do predador”. Eu vi o cara vendendo num show e comecei a seguir o maluco pra todo lado, só para ficar olhando aquela luz líquida. Eu parecia um cupim. Enchi tanto o saco do cara que ele me vendeu pela metade do preço uma peça daquelas. Só pra que eu sumisse do pé dele.

Não sosseguei enquanto não comprei um bastão daqueles pra mim. Originalmente, no tempo do Jaques Custeau, isso era usado como lanterna de alta profundidade.

Basicamente, aquilo ali funciona porque dentro do tubinho de plastico translúcido existe uma ampola de vidro finíssimo contendo em seu interior nada menos que água oxigenada. Engraçado foi que descobri isso graças a uma menina que eu tava afim. (lá vem merdas da minha vida)

Era a festa de 15 anos de uma menina lá da escola, a Alessandra. Eu estava com um troço desses no bolso, que eu tinha comprado na Mesbla, na seção de material de camping. Meu intuito original era sacar o bagulho na pista de dança, criando excitação e estupefação em todos e mostrando como eu era um cara foda, antenado com o futuro, apesar de psiconerd. Afinal, eu precisava justificar o meu convite.

Na festa, antes mesmo que eu conseguisse atingir o grau etílico necessário para sacudir o esqueleto na pista de dança improvisada no play, uma coisa inesperada aconteceu. Uma garota sensacional começou a me dar mole. Ela não era lá da escola, e graças a isso, nem imaginava que eu era um merda que deveria ser evitado a todo custo e que estava ali por um simples erro da Matrix, que na verdade poderia ser descrito como “figuração para dar a sensação que a festa estava bombando”.

Eu sabia que tudo que eu tinha que fazer era sair da mesa que eu estava e chegar nela, mas resolvi inovar…Bebendo a parada.

Eu sei, eu era mesmo um idiota. Mas nada podia ser ainda mais idiota que o motivo: Eu queria apenas sorrir fantasmagoricamente para aquela garota da festa. Então, eu fui ao banheiro, cortei aquela merda com uma faca que pedi na cozinha, enchi a boca com o troço, que tinha gosto de produto de limpeza. Aí quebrei o êmbolo e misturei na boca. Voltei para a mesa como se nada tivesse acontecido. Quando ela finalmente olhou pra mim, eu sorri verde-limão-vaga-lume-elétrico, como o gato de “Alice, no país das maravilhas”.

Tudo que eu queria era apenas surpreender a garota, mas aquilo funcionou ao contrário. Nem se eu enfiasse uma minhoca viva na nariz eu seria olhado com uma expressão de “desprezo ao Jackass” daquelas. Ela levantou e foi embora. E eu fiquei ali na mesa, idiotamente sorrindo verde como um retardado de Chernobil. Não tardou a um amigo ver aquela porra e me levar pelo braço pra festa inteira ver e rir como se eu fosse o homem-elefante.

Mas voltando ao produto, o outro reagente, eu levei muito tempo pra descobrir o que era. Trata-se de éster de fenil oxalato, além de um corante fluorescente.

Quando você dobra o tubinho de plastico, o vidrinho de dentro se parte, e a coisa toda se mistura. Então o a água oxigenada reage com o éster de fenil oxalato, resultando em uma substância química chamada fenol e um éster de acridina, que é um peróxido instável;

Daí o éster de acridina que é instável, se decompõe, resultando em um fenol extra na gosma e em um composto de peroxi cíclico, que vai se decompor, formando o vagabundo dióxido de carbono. Mas é dessa decomposição em cadeia que ocorre a liberação de energia que excita o corante. E então, os elétrons dos átomos do corante pulam para um nível mais alto, e depois retornam, liberando energia na forma de luz.

A força dessa reação depende de dois fatores: A temperatura e a quantidade dos compostos. Geralmente, o brilho vai chegar a zero em mais ou menos seis horas. A temperatura alta deixa a luz mais forte, porém, ela acabará mais rápido.

Fonte

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