Podem ser considerados heróis da atualidade os atletas que se consagraram vencedores tendo a dedicação, renúncia, determinação, força física e mental como características, além da capacidade de superação de seus próprios limites. Essas, certamente, são qualidades imprescindíveis para que o mesmo se torne campeão.
Essas virtudes que são necessárias para que o atleta possa consagrar-se um “vencedor” é também fundamental para qualquer pessoa enfrentar suas lutas diárias. Encontramos na Bíblia Sagrada um acontecimento que nos dá algumas orientações práticas que devemos aplicar em nosso cotidiano se quisermos ser vencedores.
Essa história tem início quando Jesus se dirigia à Jerusalém e resolveu passar pelos termos de Samaria. Naquela ocasião os judeus não se davam com os samaritanos e Jesus era um judeu. Normalmente qualquer judeu evitaria esta rota. Muitos incidentes poderiam acontecer. Porém, sempre que alguém quer fazer algo novo, precisa se colocar à margem, no extremo de si mesmo. Para que haja crescimento, melhora, mudança, é preciso se arriscar. Não se consegue sair do lugar, da vida que se vive, se permanecer estagnado. Muitos estão em franco movimento, mas sem deslocamento a exemplo de alguém numa cadeira de balanço.
A Bíblia chega a afirmar que “é dos valentes a riqueza”. Estar no extremo é perigoso, arriscado, trabalhoso, cansativo, algo que nos expõe, mas é a única forma de romper as nossas fronteiras internas e externas.
Se não bastasse ir para um lugar de pessoas discriminadas, Jesus encontra-se no meio do caminho com 10 leprosos, que de longe pediram socorro, e ele aceita conversar com eles. A lei proibia que leprosos se aproximassem de quem fosse são, por isso ficaram à distância. Não tendo temido as margens geográficas, ele ouve quem estava à margem da sociedade.
Os leprosos pediram que Jesus os curasse, o que Jesus respondeu: “Vão, mostrem-se aos sacerdotes e peçam que examinem vocês”. Essa era a forma como alguém cuja lepra tivesse regredido poderia voltar ao convívio social: mostrar-se ao sacerdote, o qual, verificando a cura, liberava a pessoa.
Aqueles leprosos podiam ter desejado a cura, mas se não a pedissem não teriam conseguido nada. É preciso ser um querer que se manifesta. Só pensamento, só desejo sem ações externas, nada conseguem.
Quando Jesus mandou que fossem até o sacerdote, foi preciso fé, foi preciso confiança. Essa é a primeira fase do sucesso em qualquer projeto: confiança que se movimenta. Eles queriam a cura, pediram-na e procuraram alguém que tivesse algum caminho a indicar e, seguindo a orientação, eles se puseram em marcha! Então podemos entender que para ser um vencedor é preciso querer e confiar.
Mas não bastava apenas confiar. A fé sozinha não muda as circunstâncias. É preciso se pôr em ação, a andar, enfrentar a estrada. Quando eles, acreditando na cura, se colocaram a andar, foi quando aconteceu algo extraordinário: o movimento os curou. Diz a Bíblia: “Enquanto eles iam, foram purificados.” A cura se operou no caminho. A maior parte das realizações humanas só se concretiza quando a pessoa se coloca em movimento. Isto foi o que aconteceu também com Moisés quando clamava a Deus por socorro, Deus lhe responde: “Por que clamas a mim, Moisés? Diga ao povo de Israel que marche”; e quando o povo marchou, o mar se abriu. Normalmente entre a escravidão e a “terra prometida” sempre existem um mar e um deserto. E só chegam a ela aqueles que se dispõe a confiar que um dia chegarão e se põem a marchar. Alguém já disse: “Os oceanos se intimidam diante de alguém que marcha em direção a eles”; “Os problemas se derretem de medo daqueles que os enfrentam”. É a marcha que ensina, que dá experiência, que dá moral e merecimento. É a marcha que cura, é a marcha que conduz à vitória. Para ser um vencedor é preciso também marchar.
Após a fé e a caminhada, eles conseguiram o que desejaram. Estavam curados! Porém, de 10 leprosos apenas um retornou para agradecer. A ingratidão como alguém já disse é a “condição natural e miserável da humanidade”. O único que voltou para agradecer era um samaritano e a esse Jesus disse: “Vai, tua fé te salvou”. Todos os 10 tiveram a cura da lepra, mas aquele único recebeu algo mais. A lepra não era o pior problema, embora o mais fácil de ser visto; a “salvação” foi apenas para quem agradeceu. Logo, para ser um vencedor também é preciso agradecer.
Talvez esse seja o mais difícil, pois sua exigência só se completa após o sucesso. Lidar com o triunfo é muito mais difícil do que com o fracasso em qualquer projeto. Não é fácil vencer, porque vencer muda os cenários, as perspectivas.
Meu querido para ser um vencedor nesta vida, além de todas as características de um atleta campeão, é preciso ter fé, querer, desejar com ações concretas e colocar-se em movimento, mas também ser humilde em agradecer a todos que o ajudaram nesta busca. Que Deus te abençoe em nome de Jesus, amém!
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